Vacinas
Com certeza, embora eles não serão sentidos por todos na mesma medida. Uma das vacinas líderes, ainda na Fase 3 provocou dor no local (84% dos casos), fadiga (63%), dor de cabeça (55%), dor muscular (38%), calafrios (32%), dor nas juntas (23%) e febre (14%). Efeitos colaterais, se houver, haverá nos primeiros 3 dias após a vacinação.
Não. A autorização de uso emergencial permite a aplicação da vacina apenas em grupos específicos, não para a população em geral. Já o registro definitivo, feito depois de a segurança e eficácia serem estabelecidas com a publicação dos resultados finais da Fase 3 de testes clínicos, permite a aplicação na população em geral.
Não. O Wall Street Journal disse que a CoronaVac tem eficácia acima do mínimo de 50%, o que foi confirmado pelo Butantan (SP). Ou seja, ela protege ao menos cinco de cada 10 pessoas que a tomarem, a mesma taxa mínima que o CDC americano e a ANVISA estabeleceram para autorizar vacinas nos EUA e no Brasil, respectivamente. A explicação de que essa taxa de eficácia seja bem inferior à de vacinas concorrentes é a de que vacinas de vírus inativados, como é o caso da CoronaVac, não geram uma resposta do sistema imune tão forte e duradoura quanto vacinas de vírus atenuados (que conseguem se reproduzir, embora lentamente). A vacina da Oxford/AstraZeneca é eficaz numa média de 70% dos que participaram da Fase 3. Menos eficaz que as rivais americanas, chinesas e a russa, que vão acima de 90%. Porém, é uma vacina barata e de tecnologia simples. No momento (07/01/21) a informação do Butantan é que a CoronaVac mostrou eficácia de 78%.
Não necessariamente. Na Fase 3, a eficácia não é medida em termos de segurança (como na Fase 2), mas de quanto a vacina se propõe a proteger o grupo vacinado nessa fase do teste clínico. Comparando quantos que tomaram a vacina e apresentaram sintomas versus os que também apresentaram sintomas sem tê-la tomado. A produção de anticorpos interessa, sim, mas não tem a ver com a eficácia.
Não. Eficácia, no caso, significa que numa população de, digamos, 100 mil pessoas que tomarem a vacina, algo menos que 95 mil não ficarão doentes, ou severamente doentes. E que os 5 mil restantes, se ficarem doentes, ou muito doentes, tem boas chances de sobrevivência. Ou seja, a vacina protege todos em alguma medida. Dito isso, os desenvolvedores da vacina da Oxford/AstraZeneca divulgaram três níveis de eficácia para a vacina – uma eficácia geral de 70%, uma menor de 62% e uma alta de 90%. Isso porque a vacinação abrangeu dois grupos. O grupo maior recebeu duas doses completas da vacina, separadas por 14 dias. O grupo menor recebeu uma dose completa e outra dose pela metade. Foi um erro. E ocorre que foi justamente essa dose “errada” que acabou dando 90% de proteção, enquanto as duas doses padrão deram 62%.
Não. A eficácia de uma vacina Covid-19 é um conceito epidemiológico: até que ponto ela protege uma população de sofrer com a propagação do novo coronavírus, ou de ficar doente com a Covid-19. A geração de anticorpos é um conceito clínico. Ela interessa, sim, a pessoa vacinada. Mas o volume de anticorpos gerado não depende apenas da vacina, e sim, do organismo dessa pessoa. A vacina estimula a geração de anticorpos, mas é o organismo da pessoa que os reproduz.
Não. Você também pode tomar a vacina contra a gripe. Embora a vacina contra a gripe não proteja contra Covid-19, ela pode salvar vidas e prevenir mais doenças durante a pandemia de Covid-19. As pessoas precisam fazer tudo o que podem para se manter saudáveis e não sobrecarregar nosso sistema de saúde neste outono e inverno.
Não. A imunidade natural – também chamada de “imunidade humoral” – é a imunidade obtida por quem sobrevive à Covid-19. Hoje não se sabe ao certo por quanto tempo ela se estende. Evidências iniciais sugerem que este período não será longo – mais de um ano, por exemplo – mas são necessários mais estudos para melhor compreender isso.
Improvável. Vacinas contra a Covid-19 não visam evitar o contágio e, sim, a forma mais grave da doença. O objetivo das vacinas antivírus é prevenir doenças clínicas, sintomáticas, e não necessariamente prevenir infecções. Evitando que as pessoas infectadas adoeçam, evita-se que elas fiquem gravemente doentes. Eis o objetivo final.
Sim. Em parte, porque essa segunda dose funciona como um treino extra das células que foram ensinadas a produzir os anticorpos pela primeira dose. Um processo chamado de “maduração da afinidade”. Um bom nível de “maduração da afinidade” fornece a proteção considerada suficiente para aprovar uma vacina.
Nunca. Porém, vários estudos de vacinas de mRNA em humanos foram realizados nos últimos 10 anos. E, desde o início da pandemia, as vacinas da Pfizer e da Moderna foram testadas em dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo e passaram por um rigoroso processo de aprovação de segurança.
Sim. Qualquer material de uma planta, animal, micróbio etc., contém informação genética que passa de uma geração a outra. Essa informação fica nas células, em moléculas das quais você já ouviu falar – DNA and RNA – que controlam a reprodução, o desenvolvimento, o comportamento… A vacina da Pfizer-BioNTech, contém 10 ingredientes, dos quais apenas um é material genético: uma molécula chamada RNA mensageiro, ou mRNA – o material genético visado também pela vacina da Moderna. Os outros são substâncias gordurosas e açúcares que estabilizam a vacina.
Sim. A CoronaVac é baseada em um vírus cultivado em um laboratório que, em seguida, é morto – ou “inativado”. Duas doses de CoronaVac em diferentes concentrações e usando diferentes esquemas de dosagem foram bem toleradas e moderadamente imunogênicas em adultos saudáveis com idade entre 18-59 anos. A incidência de reações adversas no grupo de 3 microgramas e 6 microgramas foi semelhante, indicando que não há problemas de segurança relacionados com a dose. A maioria dos efeitos colaterais foram leves, sendo dor no local da injeção o mais comum. Em agosto/2020, a CoronaVac foi aprovada para uso emergencial em grupos de alto-risco, na China.
Sim. Isso chama imunogenicidade. A capacidade de uma substância estranha, como um antígeno, de provocar uma resposta imune no corpo de um ser humano ou de outro animal. O teste clínico da CoronaVac produziu anticorpos neutralizantes em 92% daqueles injetados com baixas doses de concentração (3 microgramas), e em 98% daqueles que receberam doses em dobro da anterior, com 14 dias de diferença entre uma e outra.
Não. A própria infecção, sim, pode suprimir o sistema imunológico do hospedeiro e afetar negativamente a produção de anticorpos. As vacinas, ao contrário, aumentam a imunidade adaptativa, aquela adquirida após a exposição ao novo coronavírus. As vacinas em geral não resultam em supressão imunológica que deixa as pessoas suscetíveis a várias doenças. Elas fazem com que o corpo reconheça a proteína do vírus para que o sistema imunológico do corpo possa desenvolver uma resposta a ela. E elas também não contêm vírus vivos que podem causar doenças.
Não. Ambas as vacinas ativam o mRNA mensageiro, porém diferem quanto as condições de conservação. A vacina da Pfizer precisa ser armazenada até 30 dias entre menos 80 graus Celcius e menos 70 graus Celcius, e a vacina Moderna precisa de temperaturas em torno de menos 20 graus Celcius, que é próxima à temperatura de freezers de nível comercial. (A AstraZeneca, afirma que precisa de uma temperatura de refrigeração regular de 2 a 8 graus Celcius.) A vacina da Moderna pode permanecer a menos 20 graus Celcius por até seis meses e, em seguida, por um mês na geladeira, de acordo com a empresa. A vacina da Pfizer requer até 30 dias congelada a – 70 graus Celcius. Os centros de vacinação podem transferir os frascos para condições de armazenamento de 2-8 ° C por mais cinco dias, por um total de até 35 dias. Uma vez descongelados e armazenados sob condições de 2-8 ° C, os frascos não podem ser recongelados ou armazenados sob condições de congelamento.
Não. A Covid-19 está a caminho de se tornar o principal assassino em doenças infecciosas no mundo em 2020, excedendo o número anual de mortes por HIV, tuberculose e malária. Ele mata 3 vezes mais que a gripe. “Permitir que o vírus” siga seu curso “, como dizem os defensores da imunidade coletiva, exigiria milhões de novos casos e centenas de milhares de mortes, apenas nos Estados Unidos.
Sim. Até o momento (06/01/21) essa vacina tem mostrado ser segura e eficaz. Segura porque numa população, os efeitos colaterais entre os vacinados serão leves, e os eventos adversos, poucos. E eficaz porque protege ao menos 50% de uma população, de ficar severamente doente com a Covid-19, e em último termo, de ir à óbito. Além de reduzir também a propagação da Covid, em alguma medida, tornando a imunidade de rebanho mais próxima.
Não se sabe ao certo. Essa nova variante do coronavírus é significativamente mais transmissível e parece estar fora de controle. Ela já é responsável por mais de 60% dos novos casos de Covid-19 em Londres, porém ainda não é claro se esse aumento não se deve também ao comportamento relaxado da população nas primeiras semanas de dezembro.
Não. Essa pandemia é impulsionada pelo comportamento humano. Se muita gente continuar a ignorar as medidas de distanciamento social, a transmissão do vírus não vai parar nem sequer em dois anos. Assim sendo, é urgente se preparar o quanto antes para a eventualidade da pandemia diminuir aos poucos. Isso requer criar capacidade de testagem contínua e de rastreamento de contato em nível municipal, agora. Isso será fundamental para lidar com a resistência da pandemia nos próximos meses, fora novas medidas de isolamento e quarentenas.
Não. A imunidade não é um botão do tipo “liga/desliga”; é um disco daqueles usados (antigamente) para ajustar o volume do rádio ou do aparelho de som. Sem imunidade coletiva, o vírus ainda estará circulando na população e sempre haverá uma chance de que a vacina não esteja funcionando para você.
Sim e não. Poder viajar, certamente. Em segurança total, dificilmente. Até porque se muitos dos viajantes estiverem vacinados, tudo o que a pandemia ensinou é que eles, se sentindo mais seguros, vão abandonar as medidas de precaução – o uso da máscara inclusive. A circulação do vírus vai continuar, mais ou menos, durante todo o próximo ano.
Não se sabe. As pacientes devem ser informadas de que essas vacinas não foram testadas em mulheres que amamentam. Em geral, os benefícios da vacinação de mulheres que amamentam geralmente superam os riscos potenciais. No entanto, um risco para os recém-nascidos não pode ser excluído. Até o momento (06.01.21) o Ministério da Saúde ainda não incluiu as mulheres nessa condição nos primeiros grupos de risco a vacinar.
De todos os vírus, incluindo coronavírus, novas cepas ou variantes estão constantemente surgindo, algo para o qual os cientistas que desenvolvem vacinas estão se preparando. Especialistas dizem ser muito improvável que, com base nas informações disponíveis até o momento, essas novas variantes prejudicará a eficácia das vacinas já aprovadas para uso em massa na população.
Não. Não há células fetais usadas em qualquer processo de produção de vacina. Os desenvolvedores da vacina na Universidade de Oxford dizem que trabalharam com células clonadas, mas essas células não são células de bebês abortados. As células funcionam como uma espécie de fábrica. Ela cria uma forma muito enfraquecida do vírus que foi adaptada para funcionar como uma vacina. Mas, embora o vírus enfraquecido seja criado a partir dessas células clonadas, esse material celular é removido quando o vírus é purificado, e não é usado na vacina.
Sim. Embora uma vacina seja a melhor maneira de prevenir que mais pessoas contraiam COVID-19, sejam internadas e eventualmente morram, as vacinas não dissiparão a pandemia com rapidez. Mesmo que todos no Brasil concordassem com a vacinação, o que não é o caso, ela não seria simultânea. E lembremos que nenhuma vacina será 100% efetiva contra o novo coronavírus. Portanto, todas as outras medidas preventivas, como o uso de máscara, o distanciamento social etc. precisarão valer até um número substancial de pessoas serem vacinadas.
Não. As vacinas cogitadas – Pfizer, Oxford, CoronaVac… – parecem focadas no controle dos sintomas da doença, em vez de impedir que o vírus infeccioso seja transmitido de pessoa para pessoa. Elas certamente são valiosas, mas não visam a redução rápida da disseminação viral, o que teria maior chance de eliminar um patógeno (doença) de uma população.
As vacinas Pfizer-BioNTech e Moderna induzem uma resposta imune apenas à proteína spike carregada pelo coronavírus em sua superfície. As vacinas em geral, são adaptáveis a variantes. A tecnologia mRNA usada nessas vacinas é muito mais fácil de ajustar e atualizar do que a das convencionais. As novas vacinas também geram uma resposta imune massiva, então o coronavírus pode precisar de muitas mutações ao longo dos anos antes que as vacinas precisem ser ajustadas. A Pfizer-BioNTech anunciou que pode se adaptar (em 6 semanas) para neutralizar a variante surgida no Reino Unido. Lembremos também que cada pessoa infectada produz um repertório grande, único e complexo de anticorpos. O sistema imunológico do corpo é também um adversário formidável do vírus.
Não. A eficácia da Pfizer/BioNTech, Fase 3, em adultos com mais de 65 anos de idade foi superior a 94% – equivalente às cifras de todos os grupos acima de 12 anos. Após a Fase 3, a Moderna e a Oxford University/AstraZeneca dizem o mesmo sobre adultos acima de 56 anos, embora as amostras no caso tenham sido pequenas. No Brasil, na Turquia e na Indonésia, a CoronaVac está sendo testada na Fase 3 apenas em pessoas com idade entre 18 e 59 anos. A vacina russa recém começou a ser testada em idosos no fim de 2020.
A vacinação é segura e os efeitos colaterais da vacina são geralmente menores e temporários, como dor no braço ou febre baixa. Efeitos colaterais mais graves são possíveis, mas extremamente raros. Qualquer vacina licenciada é rigorosamente testada em várias fases de testes antes de ser aprovada para uso e regularmente reavaliada assim que é introduzida. Os cientistas também monitoram constantemente as informações de várias fontes em busca de qualquer sinal de que uma vacina possa causar riscos à saúde.
Sim. Especificamente, nem a vacina Pfizer nem a Moderna contém o vírus vivo SARS-CoV-2, portanto, não há risco de a mulher grávida ou seu feto desenvolver Covid-19. Fora isso, o mRNA usado em ambas as vacinas para estimular uma resposta imune protetora nunca entra no núcleo de uma célula. Isso significa que não interage com o DNA que codifica o genoma humano da mãe ou do feto.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou (em 15/12/20) que assim que uma vacina contra a Covid-19 for autorizada oficialmente para o sistema público, obtendo o registro definitivo (não apenas o emergencial), ela poderá também ser aplicada por hospitais e clínicas particulares. Ainda não está claro quanto vai custar a dose de vacina na iniciativa privada.
Sim. Porém, não sozinhas. E o próprio sucesso delas também não depende unicamente delas. As vacinas não protegem apenas as pessoas que as recebem. Como elas retardam a propagação do vírus, elas podem, com o tempo, também reduzir as novas taxas de infecção e proteger a sociedade como um todo. Mas mesmo uma vacina com eficácia extremamente alta em ensaios clínicos terá um pequeno impacto se apenas algumas pessoas a tomarem. As vacinas não salvam vidas; os programas de vacinação salvam vidas.
Não. Quando você se vacina, temos que esperar por uma coisa chamada “seroconversão”, que é o processo pelo qual seu corpo reconhece o conteúdo da vacina como um invasor e começa a intensificar seu ataque a esse invasor. Isso eventualmente leva ao desenvolvimento de anticorpos que o protegem do vírus. Esse processo pode levar várias semanas. Portanto, se você tomar a vacina COVID-19 e logo depois for exposto ao vírus, ainda poderá desenvolver a doença – levando à percepção de que adquiriu a doença com a vacinação, o que é incorreto.
Não. A vacina ativa uma molécula encontrada naturalmente nas células humanas que chama RNA mensageiro, ou mRNA. Um material genético que pode instruí-las a produzir uma proteína chamada spike. Ela está presente na superfície do coronavírus e, uma vez fabricada, ensina o sistema imunológico a reconhecer o coronavírus e a produzir anticorpos contra a proteína para assim combatê-lo no futuro. Injetar RNA em uma pessoa não faz nada com o DNA de uma célula humana.
Visualize uma balança, dessa antigas… de pesar alimentos ou metais. Num dos dois pratos ponha as chances, hoje cada vez mais reais, de você ficar doente por conta do vírus, ou de vir a sofrer coisa pior. E não só você, mas também gente que você ama ou estima. No outro prato, ponha os efeitos colaterais da vacina – ao menos um por pessoa… dor no local, febre… todos, aliás, geralmente muito leves. E efeitos a longo prazo, hipotéticos porque atualmente não são conhecidos. A vacina ajudará a evitar que você pegue a Covid-19, criando uma resposta de anticorpos (sistema imunológico) sem ter que ficar doente. E então decida.
As vacinas de mRNA contêm material do vírus que causa a Covid-19, que dá às nossas células instruções sobre como fazer uma proteína inofensiva que é exclusiva do vírus. Depois que nossas células fazem cópias da proteína, elas destroem o material genético da vacina. Nossos corpos reconhecem que a proteína não deveria estar lá e constroem linfócitos T e linfócitos B que se lembrarão de como combater o vírus que causa Covid-19 se formos infectados no futuro.
As vacinas de subunidade de proteína incluem pedaços inofensivos (proteínas) do vírus que causam Covid-19 em vez de todo o germe. Uma vez vacinado, nosso sistema imunológico reconhece que as proteínas não pertencem ao corpo e começa a produzir linfócitos T e anticorpos. Se formos infectados no futuro, as células de memória reconhecerão e combaterão o vírus.
As vacinas de vetor contêm uma versão enfraquecida de um vírus vivo – um vírus diferente daquele que causa a Covid-19 – que possui material genético do vírus que causa a Covid-19 inserido nele (isso é chamado de vetor viral). Assim que o vetor viral está dentro de nossas células, o material genético dá às células instruções para produzir uma proteína exclusiva do vírus que causa Covid-19. Usando essas instruções, nossas células fazem cópias da proteína. Isso leva nosso corpo a construir linfócitos T e linfócitos B que se lembrarão de como combater esse vírus se formos infectados no futuro.
Esta vacina induz à produção de anticorpos a partir do vírus inativado. Para isso, o vírus SARS-CoV-2 é cultivado em células e inativado com substâncias químicas e biológicas. Quando a vacina é administrada no organismo humano, as proteínas virais conservadas induzem uma resposta imune, e são produzidos anticorpos contra o patógeno. Após esta imunização, o indivíduo não manifesta a doença mesmo quando infectado, pois os vírus são controlados pelos anticorpos de memória.
Checando se os anticorpos produzidos pela vacina, e mesmo aqueles que as pessoas infectadas já produziam sem vacina – a chamada “imunidade humoral” – são capazes de identificar o vírus mesmo após ele ter sofrido a(s) mutação(ões). A ineficácia de uma vacina ocorre quando o vírus muda tanto que se esquiva dos anticorpos que produzimos e continua, portanto, a infectar as pessoas. Se esse ponto for alcançado, os pesquisadores terão que reformular as vacinas.
Através de vigilância rigorosa, permanente e acima de tudo, transparente e isenta. A segurança é uma prioridade absoluta durante o processo de aprovação da vacina, especialmente na Fase 2. Ela continua presente em todas as etapas seguintes. Por isso, não é incomum que um ensaio clínico seja temporariamente interrompido quando um possível efeito colateral inesperado (denominado evento adverso) é detectado.
Pesquisas indicam que 8 em 10 americanos querem se vacinar, mas a metade prefere esperar para ver. Mas essa demora anula o próprio conceito da vacina e prejudica o seu objetivo mais importante, que é preservar a saúde da população e não a de Fulano ou Sicrano. O objetivo da vacina Covid-19 é frear a transmissão do vírus, para assim ir reduzindo o número de novos casos, hospitalizações e mortes. Uma demora inútil vai manter em vigência novos casos e mais mortes… assim como a pressão sobre um sistema de saúde já exaurido.
Não. O assunto ainda é controverso. A recomendação geral é, sim, tomar a vacina. Mas uma agência sanitária importante, como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano, prefere esperar por recomendações de cientistas antes de comentar se as pessoas que convalesceram da Covid-19 devem receber uma vacina para se proteger dela. Como num primeiro momento a vacina está em falta, a espera faz sentido.
Não. De fato, as seringas de vacina poderiam conter um microchip para coletar informações sobre quando e onde a vacina foi administrada, segundo a empresa que o ofereceu ao governo americano. Os números de série evitariam a falsificação, confirmariam a data de validade, e ajudariam as autoridades sanitárias a saber quantas pessoas foram vacinadas em um local quando ocorrem os surtos. Mas o microchip não seria injetado em seu corpo, e nenhuma informação pessoal ou do paciente seria registrada no dispositivo. Mas o governo americano parece não ter optado pelo microchip.
Não. O termo não é técnico e foi usado numa coletiva de imprensa pelo Secretário de Saúde do Estado de São Paulo para indicar que o teste clínico da CoronaVac (Sinovac/Butantan) teria atingido a “superioridade da eficácia da vacina com índices exigidos pela Anvisa e Organização Mundial de Saúde (OMS)”. Depois ele disse que esse índice seria de 50%.
Fora a tecnologia e a diminuição de risco oferecida, a diferença está em que uma campanha de vacinação baseada numa vacina de 50% de eficácia irá precisar vacinar muito mais gente e, portanto, demorar mais em atingir a imunidade de rebanho, que uma outra campanha usando uma vacina com eficácia de 95%.
Não. A vacinação em massa não ocorre de um dia para outro e, mesmo que a vacina seja 90% efetiva, ela leva tempo para ser distribuída e ministrada num país enorme e complexo como o Brasil. Fora isso, a proteção por ela fornecida pode ser temporária, e seus efeitos de longo prazo, assim como os das mutações do novo coronavírus e das sequelas da Covid-19, são desconhecidos.
Sim, desde que seja realista nas suas expectativas. Essa vacina reportou segurança semelhante para todos acima de 18 anos. Mas não no caso da eficácia. A fase 3 do teste clínico envolveu dois grupos de voluntários. No primeiro grupo, a eficácia dessa vacina foi de 62%, e no segundo de 90%. Mas no primeiro grupo a participação dos com mais de 56 anos foi de 17%, e no segundo grupo, nenhuma, zero. Por isso, não dá para garantir a priori que essa vacina funciona a todo vapor, em idosos. Em geral, talvez interesse saber que historicamente as vacinas também protegem os idosos, mas algo menos que os não idosos. Por isso, nos EUA a vacina da influenza é diferente, no caso deles.
Sim. Duas possibilidades. Primeira, as pessoas podem transmitir o vírus durante semanas depois de vacinadas. Segunda, se as pessoas vacinadas se sentirem blindadas e pararem de usar máscaras e tomar outras medidas de segurança, a sua conduta terá o mesmo efeito de um negacionista. Elas poderão incentivar outras pessoas do seu convívio ainda susceptíveis a infecção a fazerem o mesmo, aumentando as chances de espalhar o coronavírus.
Em princípio, grávida nenhuma, até 2 meses de ter tido filho, nem enquanto estiver amamentando. Grávidas foram excluídas na Fase 3 e não há dados para afirmar que podem se vacinar. Contudo, o FDA americano está deixando em aberto a possibilidade de que mulheres grávidas e amamentando possam optar pela imunização contra o coronavírus.
Sim. É líquido e certo que na história da humanidade nunca houve nada melhor para conter um vírus que uma vacina que for 1) segura e 2) cuja eficácia for um milímetro superior a 50%. Vale a pena saber, todavia, o que ainda não sabemos sobre as vacinas anti-Covid-19: 1) Não sabemos por quanto tempo as vacinas X ou Y imunizam, ou seja, protegem o vacinado de ficar doente; 2) Não sabemos se separar as duas doses de uma mesma vacina por 3 meses, pode dar o mesmo resultado, em termos de segurança e eficácia, entendida esta como a imunização da pessoa, que separar por 3 semanas; 3) Não sabemos se tomar uma primeira dose da vacina A, e depois tomar a segunda dose da vacina B, pode provocar efeitos colaterais ou eventos adversos, ou reduzir a imunização; 4) Não sabemos se as vacinas que o Brasil mais cogita comprar – Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca, CoronaVac – funcionam igualmente, em termos de eficácia, para todas as faixas etárias acima de 18 anos; 5) Não sabemos quantas pessoas precisam se vacinar no país, nem em quanto tempo, para se alcançar a imunidade de rebanho.
Quer dizer muita coisa, porém ainda insuficiente para registrar uma vacina. O mais importante é a sua eficácia. Ou melhor, a sua efetividade: a eficácia na vida real, e não num teste controlado como é na Fase 3. Precisa ver se ela protegeu contra a doença, se ela deixou a doença mais branda, e para observar isso precisa de tempo.
Não se sabe. Não há dados ou uma quantidade limitada de dados sobre o uso da vacina Pfizer-BioNTech Covid-19 em mulheres grávidas. Estudos de toxicidade reprodutiva em animais não foram concluídos. Mulheres grávidas que desejam a vacina Pfizer-BioNTech devem considerar discutir os riscos e benefícios de tal vacinação com seu médico para incluir a participação em um registro de gravidez, caso a paciente optar por receber a vacina. Até o momento (06/01/21) o Ministério da Saúde ainda não incluiu as grávidas nos primeiros grupos de risco a vacinar.
Não. Para começar, a fase 3 não é a última. Há uma fase 4 em que o desempenho da vacina é vigiado durante e após ela ser aplicada à população em geral. A fase 3 é onde a vacina é testada contra o vírus que se espalha no mundo real, mas ainda em condições controladas. Como os pesquisadores não podem infectar pessoas deliberadamente, eles têm que esperar para ver quem fica doente com Covid-19 em seu grupo de voluntários, comparando o grupo que recebeu a vacina real com o grupo que recebeu o placebo. Para acelerar o processo, os pesquisadores recrutam milhares de voluntários para que a taxa de infecções acumuladas aumente. Mas bastam alguns casos de infecção para demonstrar que a vacina funciona.
Não. Mesmo das vacinas atualmente sendo aplicadas na Europa, na Rússia, nas Américas e Oceania, ainda não se sabe se entre os voluntários que foram vacinados (não com placebo) e contraíram a infecção na fase 3, houve casos graves. Ou se essas vacinas reduzem a transmissão se ocorrer infecção. Ou o quanto elas foram toleradas em crianças e idosos. Ou se essas vacinas oferecem imunidade comparável à da vacina da gripe (um ano).
O Ministério da Saúde aderiu em outubro. Com isso, o país terá mais facilidade de acesso a um portfólio de nove vacinas em desenvolvimento, além de outras em fase de análise. Supõe-se que 40 milhões de doses de alguma das vacinas Covid-19 provenham da Covax, embora sem data prevista.
Não. A eficácia da vacina é a redução percentual da doença em um grupo de pessoas vacinadas em comparação com um grupo não vacinado, usando as condições mais favoráveis. Suponha que num teste clínico da fase 3 de uma vacina candidata, você reúne 1 mil voluntários e os divide em dois grupos de 500 cada. Aos 500 do grupo A você aplica a vacina em duas doses separadas por X dias – e até o encerramento do teste clínico os infectados pelo vírus somam 30. Aos outros 500, os do grupo B, você injeta um placebo. E no final do teste clínico contabiliza 101 infectados. Subtraia 30 de 101. Deu 71. Agora divida esses 71 por 101 = 70,3%. Você acaba de calcular a taxa de eficácia geral da vacina Oxford/AstraZeneca. Para a taxa de eficácia da vacina da Pfizer-BioNTech, o cálculo seria 170 – 8 = 162/170 = 95,3%.
Não. Cerca de sete mutações por amostra. A influenza comum tem uma taxa de variabilidade que é mais do que o dobro. Ele provavelmente já está otimizado para afetar seres humanos, o que explica sua baixa mudança evolutiva. Isso significa que os tratamentos que estão sendo desenvolvidos, incluindo uma vacina, podem dar conta de todas as cepas do vírus.”
Não. Segurança e eficácia são medidas de desempenho distintas. A segurança se dá em termos dos efeitos colaterais e principalmente, os eventos adversos atribuíveis à vacina (foco da Fase II do teste clínico). Eficácia é a redução percentual da doença em um grupo de pessoas vacinadas em comparação com um grupo não vacinado, usando as condições mais favoráveis (foco da Fase III do teste clínico).
Não. Não se trata apenas de sobrevivência. Para cada pessoa que morre, há outras que sobrevivem, mas passam por cuidados médicos intensivos, e aquelas que sofrem efeitos duradouros sobre a saúde. Isso sobrecarrega o serviço de saúde, competindo com os recursos limitados para tratar pacientes com outras doenças e lesões. Ao focar na taxa de mortalidade como único mérito da vacina, perde-se o sentido da vacinação enquanto esforço da sociedade para proteger a si mesma.
Não se sabe. Pode ser que determinado ingrediente tenha sido a causa, ou a estocagem e transporte da vacina. A Pfizer listou os ingredientes de sua vacina. Eles podem ser organizados em quatro categorias básicas: Gorduras, Sais, Açúcar e um Ingrediente ativo (30 mcg de um RNA mensageiro) que codifica o spike viral do vírus e assim ajuda a criar anticorpos para atacá-lo.
Em epidemiologia, a “eficácia” e a “efetividade” de uma vacina são conceitos diferentes. A eficácia da vacina é quanto ela se propõe a proteger o grupo de estudo (controlado) na fase 3. O objetivo é checar se um certo limiar de eficácia (ex.: 50%) é igualado ou superado para assim possibilitar o registro oficial da vacina. A efetividade é a eficácia demonstrada pela vacina numa população (não controlada), na vida real – fase 4. O seu objetivo é possibilitar o cálculo de quanta gente haverá de ser vacinada nessa população até se alcançar a imunidade coletiva.
A BCG (Bacillus Calmette-Guérin) é uma vacina usada para prevenir tuberculose em crianças e tem alto potencial de resposta imunológica contra outras infecções. A proteção contra a Covid-19 pode ser evidente devido à imunidade inata da ação celular contra vírus e bactérias. Ela está sendo testada em profissionais da saúde no Rio de Janeiro (RJ), que visa reduzir os impactos da doença em infectados.
É um pedido feito antes do registro final para aplicar a vacina em um grupo específico da população. Pode ser realizado com a fase 3 em andamento. A autorização de uso emergencial é um mecanismo que pode facilitar a disponibilização e o uso das vacinas contra Covid-19, ainda que não tenham sido avaliadas sob o crivo do registro, desde que cumpram com os requisitos mínimos de segurança, qualidade e eficácia.
A taxa mínima fixada pelo CDC americano e também pela ANVISA para registrar vacinas candidatas é 50%. A vacina que garantir que, após aplicada a uma parcela X da população, a imunidade de rebanho será alcançada num período Y. Por exemplo, suponha que de 1000 pessoas, 500 são vacinadas. Se a taxa de eficácia da vacina usada for superior a 50%, então terá de se vacinar menos de 100% da população para se atingir a imunidade de rebanho, digamos em um ano. Se a taxa for menor que 50%, mesmo vacinando 100% da população a imunidade de rebanho não será atingida. Portanto, essa vacina não interessa.
Não. O maior valor de uma vacina é que não há melhor meio conhecido para proteger a população como um todo. Uma vacina visa diminuir a incidência de uma doença numa população – eis o seu objetivo. Por isso, a importância da vacinação vai muito além da prevenção individual. Ao se vacinar, cada pessoa está ajudando toda a comunidade a diminuir novos casos de determinada doença. Mais vacinação resulta em mais gente imunizada, e assim vai, até a propagação do vírus não constituir mais uma ameaça para a maioria.
Sim. Das 112.807 pessoas vacinadas nos EUA na primeira semana de vacinação com a vacina da Pfizer, 3.150 (ou 2,97%) relataram sintomas após a vacinação que os impossibilitaram de realizar atividades diárias ou de trabalho. A maioria não requereu cuidados médicos. Seis pessoas desenvolveram uma reação alérgica grave chamada de anafilaxia, a maioria já tinha precedentes alérgicos severos.
Não. Em geral, apenas em algumas poucas pessoas já super-alérgicas a algo. Fora o mRNA, que não produz alergia, os outros nove ingredientes da vacina da Pfizer como sais, substâncias gordurosas e açúcares que estabilizam a vacina. O único com histórico de causar reações alérgicas é o polietilenoglicol, ou PEG, que ajuda a empacotar o mRNA em uma bainha oleosa, protegendo-o conforme ele penetra nas células humanas. Mas ele muito raramente causa alergia.
Sim. Os testes clínicos realizados pela Pfizer e outras empresas foram projetados especificamente para verificar se as vacinas protegem as pessoas de adoecer por causa da Covid-19. Se os voluntários desenvolveram sintomas como febre ou tosse, eles eram testados para o coronavírus. Ninguém que não apresentasse sintomas era testado. Mas há evidências abundantes de que os assintomáticos podem ser infectados com o coronavírus. E assim é possível que várias pessoas que foram vacinadas nos ensaios clínicos também tenham se infectado, sem nunca perceber. Se esses casos realmente existem, nenhum deles se reflete na taxa de eficácia de 95%.
Limiar significa limite. Um limiar de eficácia de uma vacina de 50%, registrado na fase 3 significa que o número dos que tomaram placebo e se contaminaram igualou o número dos que se vacinaram e também se contaminaram. Ou seja, grosso modo, a chance de um indivíduo saudável, em condições normais, ficar protegido com a vacina na fase 4 será de 50% ou coisa parecida. Arbitrariamente, a autoridade sanitária pode considerar que abaixo disso não vale a pena investir na vacina porque a imunidade de rebanho dificilmente será alcançada num período de tempo razoável.
Porque os testes de diagnóstico PCR, que acusam ou desmentem a infecção nas duas ocasiões, não reportam a sequência genética do vírus. Por isso, é impossível saber se se trata de uma reinfecção (com um segundo vírus) ou se é o ressurgimento do primeiro vírus, que ficou no corpo sem ser notado.
Por vários motivos, alguns desconhecidos. Muitas coisas ficarão claras somente depois da vacinação em massa. Não se sabe, por exemplo, se essas vacinas de primeira geração produzem anticorpos suficientes para deter o vírus no seu principal ponto de ingresso no organismo: o nariz (mucosa) e a boca.
As vacinas que foram desenvolvidas para a proteção contra o novo coronavírus são: 1) Vacinas de mRNA – contêm material do vírus que causa a Covid-19, que dá às nossas células instruções sobre como fazer uma proteína inofensiva que é exclusiva do vírus (Pfizer/BioNTech; Moderna; Fosun Pharma); 2) Vacinas de subunidade de proteína (ou protéicas subunitárias) – incluem pedaços inofensivos (proteínas) do vírus que causam Covid-19 em vez de todo o germe (Novavax); 3) Vacinas de vetor viral (adenovírus) – contém uma versão enfraquecida de um vírus vivo – um vírus diferente daquele que causa a Covid-19 – que possui material genético do vírus que causa a Covid-19 inserido nele (AstraZeneca/Oxford; Johnson-Janssen; Sputnik V); 4) Vacina de vírus inativado – contém amostras do vírus que causa a Covid-19 morto (inativado). Sinovac/Instituto Butantan.
Situação em 26/12/20: na China, no segundo trimestre de 2020, foram realizadas apenas as Fases 1 e 2 do estudo. Desde o primeiro momento, os chineses se esquivaram de informar plenamente a respeito. Os “resultados” da CoronaVac na Turquia, divulgados recentemente, foram os da primeira etapa da Fase 3, a que não incluía idosos. Na Indonésia a Fase 3 sequer terminou. Em 07/01/21, o Butantan informou que a eficácia da CoronaVac é de 78%.
Não se sabe. Na China, onde já está sendo aplicada, o custo anunciado oficialmente é de 200 yuan ($29.75) por dose, reportou a Reuters. Em setembro, uma fonte da Sinovac, a empresa desenvolvedora da vacina, disse que o custo de cada dose nunca seria $1,96, como anunciado pelo Governador de São Paulo. Em dezembro, segundo pessoas que já receberam a vacina do Sinovac, a empresa está cobrando cerca de US$ 30 a dose.
O governo de São Paulo afirma que a vacinação deve começar em 25 de janeiro. A Fiocruz tem data para começar a entregar as vacinas de Oxford/AstraZeneca ao Ministério da Saúde em 8 de fevereiro. Até o dia 19 serão entregues dois milhões de doses e, a partir daí, 700 mil doses diariamente.
As crianças não foram incluídas nos testes em andamento para uma vacina COVID-19, em nenhum caso. Portanto, é provável que a vacinação delas seja no próximo ano ou mais. Em setembro, a Pfizer disse que expandiria seus testes de Fase III nos EUA para incluir participantes de até 16 anos. Recentemente, também que matriculou crianças de até 12 anos e apresentou um pedido de autorização de uso de emergência para vacinação até os 16 anos. A Moderna está prestes a iniciar um estudo semelhante ao da Pfizer. No Reino Unido, a AstraZeneca/Oxford tem aprovação para inscrever crianças de 5 a 12 anos em ensaios clínicos, mas a empresa farmacêutica ainda não inscreveu nenhuma criança em testes nos EUA. Em setembro, a Sinovac, fabricante da vacina Coronavac, anunciou que lançará as fases I e II de um teste clínico abrangendo mais de 500 crianças de 3 a 17 anos na China. Ainda não se conhece o resultado. Moscou começou a distribuir o Sputnik V COVID-19 injetado em 70 clínicas em dezembro, para os grupos mais expostos. Crianças não foram contempladas.
As pessoas com comorbidades, ou seja, com doenças que podem agravar a situação de saúde da pessoa em caso de uma contaminação com o Sars-Cov-2, devem ser vacinadas da 3a etapa da vacinação. São consideradas morbidades prioritárias: diabetes mellitus, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer, obesidade grau III. Nessa fase também serão vacinadas pessoas com deficiência permanente severa.
Sim. A escala das infecções nesta pandemia pode estar gerando diversidade rapidamente no novo coronavírus, o que explica o surgimento de variantes. Variantes carregam mutações que o vírus experimenta para se adaptar ao ambiente e sobreviver. Ainda assim, a vasta maioria das pessoas em todo o mundo ainda não foi infectada, e por isso o vírus ainda não precisa fazer isso com vigor. Imunizar cerca de 60% da população em cerca de um ano e manter o número de casos baixo enquanto isso acontece, ajudará a minimizar as chances de o vírus sofrer uma mutação significativa. E provavelmente, o controle do novo coronavírus será semelhante ao da gripe, em que todos recebem sua injeção anual.
Depois do início da vacinação, a previsão do governo é que a vacinação seja concluída em 16 meses. Desse tempo, os primeiros quatro meses serão usados para imunizar todos os grupos prioritários e os outros 12 meses seriam para vacinar a população em geral. A campanha de vacinação deve durar pelo menos até o primeiro trimestre de 2022.
Há opiniões. A resposta curta é: provavelmente, mas com cautela. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) indicam que aqueles com histórico de reações alérgicas graves, como anafilaxia a qualquer outra vacina ou terapia injetável, ainda podem receber a vacinação Pfizer COVID-19, mas devem falar com seu médico primeiro. Essas pessoas devem ser monitoradas por 30 minutos após a vacinação, enquanto todas as outras pessoas devem ser observadas por 15 minutos. Os fabricantes das vacinas Pfizer-BioNTech e Moderna já sugerem não tomar a vacina se tiver tido uma reação alérgica grave a qualquer ingrediente da vacina, ou após uma dose anterior da vacina.
Os primeiros a ser vacinados serão os trabalhadores da área de saúde: profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e também profissionais de apoio, como cozinheiros e pessoal da limpeza de hospital, motoristas de ambulância, cuidadores de idosos etc. Indígenas aldeados em terras demarcadas, pessoas com 60 anos ou mais em lares para idosos e pessoas de 75 anos ou mais também devem receber a vacina nessa primeira fase.
Não, a vacina não vai causar a doença. É como se a vacina contra a gripe não pudesse causar a gripe. E você não pode pegar o HPV com a vacina contra o HPV e assim por diante. No entanto, devido à forma como as vacinas funcionam, as pessoas podem ter a falsa percepção de que uma vacina pode transmitir o vírus contra o qual deveria proteger.
Não. Existem ainda mais de 200 vacinas candidatas anti-Covid-19, muitas das quais usam diferentes processos e tipos de tecnologia. Algumas delas funcionarão melhor para pessoas diferentes, como idosos, mulheres grávidas ou pessoas com doenças crônicas. Por exemplo, as vacinas de “adenovírus”, das quais a vacina da Universidade de Oxford é uma, parecem ser boas na indução de células T. E a vacina da Universidade de Queensland (Austrália) parece bem posicionada para induzir respostas imunológicas especificamente em pessoas mais velhas.
Não. Um evento adverso é diferente na maioria dos casos de um efeito colateral típico de uma vacina. As vacinas podem causar efeitos colaterais, como dor no local da injeção ou vermelhidão. Os eventos adversos são mais sérios e às vezes podem ser fatais. A notificação de um evento adverso é uma etapa crucial para garantir a segurança e ajudar a autoridade sanitária e os cientistas a monitorar as reações da população às vacinas. Ao contrário de algumas vacinas, na vacina Pfizer/BioNTech não há conservantes ou produtos que contém ovo, conhecidos por desencadear reações com outros tipos de vacinas.
Não. De fato, todas as vacinas Covid-19 diminuem em muito a probabilidade de você pegar a Covid-19. Mas também ajudam a evitar que você adoeça gravemente, mesmo se for pego pela Covid-19. E também podem proteger as pessoas ao seu redor, particularmente aquelas com risco aumentado de sofrer doenças graves causadas pela Covid-19.
Não. A fuga da imunidade requer que um vírus acumule uma série de mutações, cada uma permitindo que o patógeno corroa a eficácia das defesas do corpo. Alguns vírus, como a gripe, acumulam essas mudanças com relativa rapidez. Mas até esse vírus precisa de cinco a sete anos para coletar mutações suficientes para escapar totalmente do reconhecimento imunológico.
Os dados dos ensaios clínicos de fase 3 das vacinas até agora mostram que elas diminuem ou evitam que a pessoa vacinada desenvolva a doença, mas não a impedem de transmitir o vírus a outras pessoas. Irá se saber do efeito na transmissão, se houver algum, somente após a vacina ser aplicada indiscriminadamente à população.
Não. Os cientistas citam várias razões para permanecer cauteloso ao iniciar sua vida pós-vacina. As pessoas vacinadas ainda devem usar máscaras e evitar grandes grupos e reuniões internas, quando possível. As vacinas não oferecem proteção perfeita; ainda não sabemos se as pessoas vacinadas podem espalhar o vírus; e o coronavírus provavelmente continuará sua rápida disseminação até que uma grande maioria da população seja vacinada ou tenha sobrevivido a uma infecção natural.
Coronavírus
A “testagem em grupo” consiste em testar várias amostras de muitas pessoas ao mesmo tempo, visando economizar tempo, reagentes químicos e dinheiro. Considerando que a testagem em massa no Brasil é tão necessária quanto insignificante no momento, a “testagem em grupo” poderia ser uma solução de emergência. A modalidade já está sendo usada na India, Ruanda, Israel, Alemanha, China e outros.
Em algumas pessoas, anosmia é o primeiro ou um sintoma precoce e, para alguns, o único sintoma, da Covid-19. Portanto, é tentador olhar a anosmia como diagnóstico. Porém, outros sintomas devem ser checados também ao formular o diagnóstico. Uma súbita perda de olfato, especialmente em uma cidade com grandes taxas de infecção, está provavelmente associada a Covid-19. Os médicos já recebem orientações para testar a função olfativa .
Anosmia (perda do olfato), hiposmia (diminuição do olfato) e ageusia (perda do sentido do paladar) são sintomas menos comuns e difíceis de mensurar de forma objetiva. Um estudo com indivíduos hospitalizados e positivos para a Covid-19 na Itália verificou que 33,9% deles apresentaram pelo menos uma alteração de olfato ou paladar, e 18,6%, ambas. Os sintomas foram mais frequentemente relatados por mulheres (52,6% versus 25%) e por aqueles mais jovens (mediana de 56 anos). Na Alemanha,na Suíça, na Itália e na Coréia do Sul, médicos relatam casos semelhantes, com muitos pacientes exibindo também ageusia.
Com as medidas de isolamento e distanciamento social, a prática de exercícios físicos em parques ou academias, clubes, fica restrita. Entretanto, a OMS tem recomendações detalhadas sobre a quantidade de atividade física que pessoas de todas as idades devem fazer para beneficiar sua saúde e bem-estar. Há recomendações de níveis mínimos de atividade física para cada segmento.
Um estudo mostra que o nariz é o provável ponto de partida para infecções por COVID-19. Pesquisadores descobriram um gradiente de infecciosidade que diminui do trato respiratório superior para o inferior: as células mais facilmente infectadas estão na cavidade nasal e as menos facilmente infectadas profundamente nos pulmões.
A capacidade de contágio do novo coronavírus é maior do que a do vírus da gripe, porém demora mais para um novo infectado manifestar sintomas. Segundo a OMS o novo coronavírus tem grau de contágio entre 2 e 3, que é considerado moderado. Em junho, a taxa de mortalidade reportada por uma pesquisa nacional abrangendo 133 cidades e quase 90 mil pessoas testadas para a Covid-19 revelou ela estar próxima de 1%. O valor é 75% menor do obtido com a notificação oficial, que chega a mais de 4%.
Esse índice é chamado número básico de reprodução, ou R0, e serve para calcular quantas pessoas saudáveis alguém doente é capaz de contaminar.O valor é calculado com base em modelos matemáticos complexos e sofre influência de diversos fatores, tais como biológicos, sócio-comportamentais e ambientais, de acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Trata-se de uma apresentação aguda, grave e potencialmente fatal, segundo Alerta emitido em maio pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Recentemente, o “Centers for Disease Control and Prevention (CDC)” americano sugeriu o termo “síndrome inflamatória multissistêmica associada a Covid-19” e que para definição de caso necessita a confirmação da infecção pelo SARS-CoV-2, soroconversão ou exposição à Covid-19 nas últimas quatro semanas antes do início dos sintomas.
A produção descontrolada de uma molécula chamada citocina é liberada na circulação sanguínea. Ela inflama o endotélio, que é o revestimento dos vasos sanguíneos. O fenômeno tem aparecido em muitos casos de Covid-19 severa e é causado por uma reação potencialmente fatal do sistema imunológico. Acredita-se que tempestades de citocina foram responsáveis por muitas das mortes durante a pandemia de influenza de 1918, que matou um número desproporcional de jovens adultos.
Se uma tempestade de citocina ocorre nos pulmões, por exemplo, os líquidos e as células imunológicas como macrófagos podem acumular-se e eventualmente obstruir as vias aéreas, isto pode resultar em morte por asfixia, uma vez que se as vias respiratórias estivessem bloqueadas, não haveria absorção de oxigênio. Trata-se, porém, de uma especulação científica, ainda sem evidências robustas a sustentá-la.
Pesquisadores australianos publicaram um estudo na revista Nature Medicine mostrando que encontraram quatro células do sistema imunológico que são responsáveis por combater a Covid-19. É a primeira descoberta do gênero e o objetivo da pesquisa foi viabilizar a criação de medicamentos, como uma vacina.
Ao contrário. Trata-se de uma doença aguda acompanhada de uma síndrome hiperinflamatória, levando a falência e choque de múltiplos órgãos. Essa síndrome pode estar relacionada à Covid-19 com base em testes laboratoriais iniciais que mostram sorologia positiva na maioria dos pacientes.
A contaminação cruzada é a transferência de contaminantes biológicos, como microrganismos patogênicos, entre alimentos, superfícies e materiais de produção. O manipulador pode estar envolvido nisso ou não. Se ele estiver infectado certamente pode infectar alimentos, utensílios etc. e eventualmente disseminar o vírus.
Coágulos sanguíneos que podem causar derrames, ataques cardíacos e bloqueios perigosos nas pernas e pulmões são cada vez mais encontrados em pacientes com Covid-19, incluindo algumas crianças . Até pequenos coágulos que podem danificar os tecidos do corpo foram vistos em pacientes hospitalizados e em autópsias.
De fato, as pessoas mais velhas são fortemente impactadas pela Covid-19 devido às alterações fisiológicas associadas ao envelhecimento, diminuição da função imune e multimorbidade, etc. Porém, os mais jovens não são invencíveis. Entre 10% e 15% das pessoas com menos de 50 anos têm infecção moderada a grave. Casos graves da doença foram observados em pessoas na adolescência ou na faixa dos 20 anos, com muitos exigindo cuidados intensivos e alguns, infelizmente, falecendo.
Um novo estudo da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai sugere que coágulos sanguíneos, especialmente nos pulmões, podem desempenhar um papel em casos graves de Covid-19. Até pequenos coágulos que podem danificar os tecidos do corpo foram vistos em pacientes hospitalizados e em autópsias, confundindo a compreensão dos médicos sobre o que antes era considerado principalmente uma infecção respiratória.
Há fortes disparidades raciais nas taxas de casos e mortes de Covid-19. Nos Estados Unidos, as porcentagens de pessoas negras afetadas eram mais do que o dobro da proporção de negros na população em geral. No Reino Unido mulheres grávidas de etnia negra, asiática e minorias são mais propensas do que outras mulheres a serem internadas no hospital por coronavírus. No Brasil a população negra também é um dos grupos de risco, variando tanto por comorbidades que atingem negras e negros em maior número, caso da hipertensão, da diabetes e da anemia falciforme, ou pela letalidade social, motivada por disparidades estruturantes da sociedade brasileira.
Complicações neurológicas graves — que incluem inflamação, psicose e delírio — foram descobertas em 43 casos de pacientes com Covid-19 por pesquisadores da University College London (UCL). Distúrbios cerebrais, derrames, danos no Sistema Nervoso Central e outros efeitos graves no cérebro, também.
Dados da China e dos EUA e uma revisão de estudos publicados até 1º de maio mostram que a doença em crianças é assintomática, leve ou moderada em 88-97% dos casos. Apenas cerca de 0,6-2% das crianças são admitidas em terapia intensiva e 0-0,18% dos casos estão associados a um resultado fatal.
Dois estudos ingleses associaram baixos níveis do hormônio vitamina D a casos mais graves de Covid-19 e às suas taxas de mortalidade. Porém, o fato da deficiência de vitamina D ser encontrada em formas mais importantes de infecções respiratórias virais agudas, não significa uma relação causal que indique a reposição da mesma.
Em algumas pessoas, anosmia é o primeiro ou um sintoma precoce e, para alguns, o único sintoma, da Covid-19. Portanto, é tentador olhar a anosmia como diagnóstico. Uma súbita perda de olfato, especialmente em uma cidade com grandes taxas de infecção, está provavelmente associada a Covid-19. Os médicos já recebem orientações para testar a função olfativa .
A distância de 1,5m é minimamente segura, mas o ideal, seria 1,8m, já que a maioria das gotículas atingem até 1,8m de distância. Entretanto, o papel da formação de aerossol, partículas menores que podem percorrer maiores distâncias pelo ar, na transmissão do novo coronavírus, não está bem definido.Grandes gotas de muco expelidas com extrema força (ex.: tosse ou espirro) ou transportadas pelo vento também podem viajar bem mais de um metro e meio antes de cair.
A OMS define a transmissão aérea como “a disseminação de um agente infeccioso causado pela disseminação de núcleos de gotículas que permanecem infecciosos quando suspensos no ar por longas distâncias e tempo”. Há novas evidências de que se as gotículas não permanecem no ar por um tempo, os aerossóis sim o fazem.
Com certeza, esse número mínimo de partículas virais necessárias para semear uma infecção por coronavírus está entre… um e um milhão. Mas é seguro dizer que se expor ao novo coronavírus tem maior probabilidade de causar infecção e levar a sintomas mais graves. É por isso que é importante evitar espaços internos lotados, usar máscaras e lavar as mãos.
Existem três estágios diferentes da infecção para pessoas que desenvolvem sintomas da Covid-19: viral, pulmonar e grave. Nesta última, o paciente desenvolve uma resposta inflamatória descontrolada do sistema imunológico que causa a maioria das condições críticas que podem causar a morte. A fase viral é experimentada por 80% dos pacientes e nela o vírus se replica muito rapidamente no sistema respiratório. Na fase pulmonar, que afeta 20% dos pacientes, estes podem desenvolver um tipo muito específico de pneumonia, atacando ambos os pulmões e causando problemas respiratórios.
Existem três estágios diferentes: a fase pulmonar afeta 20% dos pacientes que podem desenvolver um tipo muito específico de pneumonia, atacando ambos os pulmões e causando problemas respiratórios. Ela é precedida pela fase viral: quando o vírus se replica muito rapidamente no sistema respiratório; e é seguida pela fase grave, em que um grupo pequeno de pacientes desenvolve uma resposta inflamatória descontrolada do sistema imunológico que causa a maioria das condições críticas que podem causar a morte.
É menor. Os dados até o momento sugerem que 80% das infecções são leves ou assintomáticas, 15% são infecções graves, que requerem oxigênio e 5% são infecções críticas, que requerem ventilação. Essas frações de infecção grave e crítica seriam maiores do que as observadas para a infecção por influenza.
Sim, a grande maioria das pessoas que tiveram Covid-19 desenvolve uma resposta de anticorpos. No entanto, embora a comunidade científica seja geralmente otimista, não se sabe se as pessoas que foram infectadas e recuperadas são geralmente ‘imunes’ à infecção ou se podem ser reinfectadas.
O intervalo serial para o vírus Covid 19 é estimado em 5-6 dias, enquanto que para o vírus influenza, o intervalo serial é de 3 dias. Contudo, a afirmação de que a gripe se espalhe mais rapidamente é provável, mas não conclusiva. O espalhamento depende de varios fatores. Um deles é o intervalo serial.
A imunidade de rebanho é a porcentagem de uma população que precisa ter contraído o SARS-COV-2 (e estar presumivelmente imunizado) para que mesmo quem não teve a doença deixe de correr risco de se infectar. Não há dados suficientes, porém alguns pesquisadores a estimam entre 60 e 80% para o vírus não circular mais e a doença desaparecer. Outros afirmam que esses níveis seriam muito inferiores no caso do novo coronavírus.
Esse valor varia entre 50% e 80% da população. Na Espanha apenas 5% da população foi infectada na primeira onda viral. Na Suécia, 7%. No Brasil a taxa está em menos de 3% após 4 meses de pandemia (julho). A esse passo, esperar pela imunidade de rebanho se configurar antes da vacinação em massa, o custo em termos de vidas perdidas seria imenso.
Na primeira semana de junho 2020, quase 50% das hospitalizações (47,7%) atingiam a faixa de 20 a 49 anos. Essa faixa etária responde por 28% dos mortos por Covid 19. Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano mostram que no grupo de infectados com 20 a 44 anos, entre 2% e 4% dos casos levaram a internações na UTI e menos de 1% foram fatais (informações coletadas até a terceira semana de março/2020).
Existem três estágios diferentes da infecção para pessoas que desenvolvem sintomas da Covid-19: o primeiro é quando o vírus se replica muito rapidamente no sistema respiratório. Os sintomas são semelhantes aos da gripe comum e em cerca de 80% dos pacientes desaparecem após 6 a 10 dias. É a chamada fase viral. Depois dela vem as fases pulmonar e grave.
Sim. Segundo a OMS, os benefícios do contato próximo e amamentação precoce e exclusiva supera os riscos de uma potencial transmssão pelo leite materno. Desta forma, a mãe deve amamentar, se tiver condicão clínica e tomar cuidados para evitar a trasmissão por contato ou gotículas, higienizando as mãos e utilizando máscara facial durante as mamadas.
É provável que as crianças contraiam a Covid-19 através do contato com familiares infectados, particularmente em países onde o fechamento da escola e o distanciamento físico estrito foram implementados. Em uma publicação da Itália, a exposição ao novo coronavírus de uma fonte fora da família da criança representou 55% dos casos de infecção, enquanto em outra coorte italiana, 67,3% das crianças tinham pelo menos um dos pais que testou positivo para a infecção por SARS-CoV-2.
Dentre os infectados, entre 15% e 18% são hospitalizados. Desses, 1 em cada 4, os gravemente doentes, necessitam de cuidados em terapia intensiva. Nesse caso, sim, a taxa de mortalidade é alta: 61,5%, a julgar pela experiência da China (hospital Wuhan Jin Yin-tan, entre final de Dezembro e 26 de janeiro 2020).
Segundo um estudo americano abrangendo 186 pacientes com média de idade de 8,3 anos apontou que 148 (80%) receberam terapia intensiva, 37 (20%) receberam ventilação mecânica, 90 (48%) receberam suporte vasoativo e 4 (2%) morreram. Os aneurismas das artérias coronárias (escores z ≥2,5) foram documentados em 15 pacientes (8%), e os aspectos semelhantes à doença de Kawasaki foram documentados em 74 (40%).